Análise do surto de dermatite pruriginosa na Província da Lunda-Sul, Angola

Autores

DOI:

https://doi.org/10.70360/rccse..v.160

Palavras-chave:

Dermatite pruriginosa, Escabiose, Surtos epidémicos, Saúde pública

Resumo

Objectivo: Identificar os tipos de dermatoses pruriginosas notificadas na Província da Lunda-Sul e os factores associados ao seu aparecimento.

Metodologia: Estudo observacional e transversal, realizado por meio de entrevistas e observação de 109 crianças com menos de 15 anos, com consentimento dos pais ou responsáveis. As crianças apresentavam histórico de erupções cutâneas associadas ao prurido com mais de 72 horas de evolução e eram residentes nas aldeias do município de Saurimo, Província da Lunda-Sul, em Março de 2018.

Resultados: Dos 109 casos entrevistados, 61 (56%) apresentavam escabiose pruriginosa, 15 (14%) dermatite atópica e 9 (8%) piodermite. O surto iniciou em Outubro de 2017, e a intervenção ocorreu em Fevereiro e Março de 2018. Do ponto de vista laboratorial, 50 (82%) dos casos clinicamente diagnosticados como escabiose pruriginosa foram confirmados. As principais causas do surto foram o compartilhamento de roupas pessoais, a divisão do leito, o longo intervalo entre as trocas de roupas e a dificuldade no acesso à água. O fornecimento de água foi identificado como um factor crítico para o controle do surto. Medidas sociais foram adoptadas para minimizar o risco de um novo surto.

Conclusão: A falta de acesso à água potável e a baixa educação em saúde na comunidade do município de Saurimo foram factores fundamentais para o desencadeamento e a propagação do surto de dermatite pruriginosa. O acesso a condições básicas de vida, como água potável, e a promoção da educação em saúde são essenciais para o controle e a interrupção da cadeia de transmissão do surto.

Palavras-chave: Dermatite pruriginosa, Escabiose, Surtos epidémicos, Saúde pública

Referências

(1) A. S. Evans, Causation and disease: a chronological journey. Springer Science & Business Media, 1993. Acesso em: 23 de agosto de 2024. [Online]. Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=KdJeGM4iS9sC&oi=fnd&pg=PA1&dq=Causation+and+Disease:+A+Chronological+Journey&ots=oxNBHrTp0_&sig=tOQhkQMDaauIhdB6G-U8KoHc6x4

(2) E. A. Waldman e T. E. da C. Rosa, Vigilância em saúde pública. NAMH/FSP-USP; Peirópolis, 1998. Acesso em: 23 de agosto de 2024.)[Online]. Disponível em: https://saude.riopreto.sp.gov.br/wiki/images/5/54/Saude_cidadania_vol7.pdf

(3) I. DE SURTOS, “Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmitidas por Água e Alimentos”, 2010, Acesso em: 23 de agosto de 2024. [Online]. Disponível em: http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-transmitidas-por-agua-e-alimentos/doc/2008/2008_manual_vedta.pdf

(4) G. P. D. I. E. DE e S. DE, “SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENADORIA DE CONTROLE DE DOENÇAS”, Acesso em: 23 de agosto de 2024. [Online]. Disponível em: https://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-transmitidas-por-agua-e-alimentos/doc/2008/2008_guia_invsurto.pdf

(5) A. W. Crawley, N. Divi, e M. S. Smolinski, “Using Timeliness Metrics to Track Progress and Identify Gaps in Disease Surveillance”, Health Security, vol. 19, no 3, p. 309–317, jun. 2021, doi: 10.1089/hs.2020.0139. DOI: https://doi.org/10.1089/hs.2020.0139

(6) R. César Davanco, D. Miyashiro, J. Cury Martins, e J. Antônio Sanches Junior, “Escabiose: aspectos gerais e a importância no reconhecimento e tratamento precoces”, Diagn. tratamento, p. 5–10, 2024.

(7) C. M. Salavastru, O. Chosidow, M. J. Boffa, M. Janier, e G. S. Tiplica, “European guideline for the management of scabies”, Acad Dermatol Venereol, vol. 31, no 8, p. 1248–1253, ago. 2017, doi: 10.1111/jdv.14351. DOI: https://doi.org/10.1111/jdv.14351

(8) D. Engelman e A. C. Steer, “Control strategies for scabies”, Tropical medicine and infectious disease, vol. 3, no 3, p. 98, 2018. DOI: https://doi.org/10.3390/tropicalmed3030098

(9) A. K. Golant e J. O. Levitt, “Scabies: A Review of Diagnosis and Management Based on Mite Biology”, Pediatrics In Review, vol. 33, no 1, p. e1–e12, jan. 2012, doi: 10.1542/pir.33-1-e1. DOI: https://doi.org/10.1542/pir.33.1.e1

(10) D. Engelman et al., “A framework for scabies control”, PLoS neglected tropical diseases, vol. 15, no 9, p. e0009661, 2021. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0009661

(11) W. H. Organization, Global report on neglected tropical diseases 2023. World Health Organization, 2023. Acesso em: 25 de agosto de 2024. [Online]. Disponível em: https://www.who.int/teams/control-of-neglected-tropical-diseases

(12) W. Zhang et al., “Trends in prevalence and incidence of scabies from 1990 to 2017: findings from the global Burden of disease study 2017”, jan. 2020, Acesso em: 25 de agosto de 2024. [Online]. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/22221751.2020.1754136 DOI: https://doi.org/10.1080/22221751.2020.1754136

(13) L. P. Almeida-Voumard et al., “Skin-related neglected tropical diseases in Angola: a retrospective analysis”, Portuguese Journal of Dermatology and Venereology, vol. 81, no 3, p. 162–172, out. 2023. DOI: https://doi.org/10.24875/PJDV.23000060

(14) D. Engelman et al., “The public health control of scabies: priorities for research and action”, The Lancet, vol. 394, no 10192, p. 81–92, 2019. DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(19)31136-5

(15) S. Widaty, E. Miranda, E. F. Cornain, e L. A. Rizky, “Scabies: update on treatment and efforts for prevention and control in highly endemic settings”, The Journal of Infection in Developing Countries, vol. 16, no 02, Art. no 02, fev. 2022, doi: 10.3855/jidc.15222. DOI: https://doi.org/10.3855/jidc.15222

(16) W. H. Organization, “WHO informal consultation on a framework for scabies control”, Manila: World Health Organization, 2019.

(17) C. Sunderkötter et al., “S1 guidelines on the diagnosis and treatment of scabies – short version”, J Deutsche Derma Gesell, vol. 14, no 11, p. 1155–1167, nov. 2016, doi: 10.1111/ddg.13130. DOI: https://doi.org/10.1111/ddg.13130

Downloads

Publicado

04-07-2025

Como Citar

Cruz, A., & Catumbela, E. (2025). Análise do surto de dermatite pruriginosa na Província da Lunda-Sul, Angola. Revista Científica Da Clínica Sagrada Esperança, (Número 13. Ano 17. JULHO 2025), 24–31. https://doi.org/10.70360/rccse.v.160

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>